Há um ano, a cozinheira Tatiele Bitencourt Prieto, 29 anos, tomou uma decisão que vinha adiando há muito tempo: perder peso. Com 126 quilos, ela tinha dificuldade de fazer simples movimentos, como caminhadas leves ou tarefas do dia a dia. Mãe de Eduarda, 12 anos, ela conta que começou a ganhar peso na gravidez e, desde então, não consegui mais emagrecer.
O desconforto com as novas medidas e a dificuldade para comprar roupas foram descontados na alimentação. Tatiele passou a comer compulsivamente.
– Eu queria ser magra, mas acreditava que não tinha volta. Tristeza, alegria, ansiedade, saudade, comemorações... tudo era motivo para comer. Além disso, passei por vários constrangimentos devido ao excesso de peso – desabafa a cozinheira, que tomava dois litros de refrigerante a cada refeição.

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Sozinha, ela não conseguiria
A educadora física e personal trainer Dalva Brandão acompanhou o drama de Tatiele e se dispôs a ajudá-la. Ela lembra que, no começo, a cozinheira não conseguia caminhar por cinco minutos sem ficar ofegante:
– A Tati é muito nova para tanto sedentarismo. Montei programas de caminhadas leves e reorganizei a alimentação dela. Como amiga, eu me preocupava, mas a decisão de emagrecer deve partir da pessoa. No início, foi difícil. Tive que ser firme para ela não desistir. Fazíamos até caminhadas noturnas – conta.
Sem cirurgia ou medicações
Para ajudar Tatiele perder peso, Dalva faz programas de exercícios diferenciados para que o organismo dela não acostume com os mesmos e pare de emagrecer. Além disso, ela montou um cardápio à base de frutas, verduras e proteínas, com pouco carboidrato, e cortou o excesso de doces e lanches.
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– Ainda não chegamos ao objetivo final. Nosso programa é para 18 meses. No processo de emagrecimento, existem várias fases, entre elas, a manutenção do peso. Nesta fase, é importante que a pessoa seja acompanhada por um profissional para não ter recaídas – diz a educadora física.
Hoje, com 40 quilos a menos, Tatiele controla a alimentação, mas admite que, no começo, foi radical. Para conseguir vencer o primeiro ano de dieta e viver sem refrigerantes, ela contou com o apoio da família. Assim, a comida saudável, entrou também na rotina do marido, o funcionário público Marco Antônio Prieto, e da filha.

– O mais importante em todo esse processo é que eu acreditei em mim. Agora, uso vestidos, consigo caminhar longe, faço tudo a pé, não sinto dor. Antes, eu sonhava com comida, hoje, sonho em emagrecer naturalmente e ter mais saúde. A autoestima? Não subiu. Levantou voo!
Confira dicas para um emagrecimento saudável
– Não faça dietas radicais. Muitas restrições tendem a desanimar e fazer com que a pessoa coloque tudo a perder
– Fique atento a deslizes, como os ¿dias do lixo¿, que podem acabar com o esforço da semana toda
– Em festas, não é proibido comer salgadinhos ou doces. O problema está na quantidade. Se não comer em exagero, tudo bem
– Priorize acompanhamento com um nutricionista. Ele vai calcular seu índice glicêmico para distribuir sua rotina alimentar
– Prefira sempre alimentos nutritivos
– Não elimine carboidrato. Ele é necessário ao bom funcionamento do organismo. Eliminá-lo pode ser um passo para altos e baixos na dieta
– Nem sempre os alimentos são vilões. Os maiores inimigos da dieta são os episódios de descontrole alimentar
– Evite doces, entre eles, o refrigerante. Eles geram picos de glicose que favorecem acúmulos de gordura e não têm valor nutricional
– Beba água. A pessoa bem hidratada tem menos vontade de tomar refrigerante
– Faça várias refeições ao dia, mas sem exageros. Um pãozinho, por exemplo, é bom e nutritivo. Só não vale comer cinco de uma só vez
Fonte: Bianca Passamani, nutricionista